quinta-feira, 15 de outubro de 2009

OBRIGADO MEU AMIGO


Recebi de meu grande amigo de muito anos, Henrique Oswaldo de Andrade, hoje meio dono de Brasília, o texto abaixo. Formidável.
O Cavalo como terapia

Durante milénios homem e cavalo fizeram uma equipa inseparável na lavoura, para vencer distâncias ou ainda na arte da guerra. De facto, uma tal identidade foi sendo constituída por relações pragmáticas mas também por um estabelecimento de vínculos afectivos e estéticos.
O cavalo detém, por isso, um lugar privilegiado no âmago das pessoas sendo que a arte de montar a cavalo ou a equitação, conforme a conhecemos hoje, assume-se não só como um desporto mas igualmente com uma dimensão social, cognitiva e afectiva podendo, desta forma, ser explorada.
A tendência de encarar a equitação como um desporto de elites, está hoje em dia ultrapassada, verificando-se que a maioria dos centros hípicos aposta actualmente por actividades diversificadas, tais como o desporto escolar ou a hipoterapia, contribuindo desta forma, para a democratização deste desporto equestre.
Esta actividade desportiva constitui um factor de inclusão social, uma vez que explora as diferentes características e capacidades dos indivíduos de forma igualitária, sendo um exemplo evidente desta realidade, o facto de homens e mulheres concorrerem lado a lado nas competições hípicas.
Para além da vertente desportiva, novas funções estão a ser atribuídas ao cavalo com a redescoberta da sua capacidade terapêutica. Encontram-se referências sobre os benefícios da hipoterapia, desde cerca de 400 A.C., quando Hipócrates descreveu nos seus métodos a utilização do cavalo como forma de regenerar a saúde dos seus pacientes. “Esta prática fundamenta-se nos movimentos tridimensionais causados pelo dorso do cavalo que, ao deslocar-se a passo, realiza um movimento semelhante ao da bacia humana”. A hipoterapia especialmente indicada para o “tratamento de diversos tipos de comprometimentos motores, emocionais e sociais, melhorando os rendimentos respiratórios e cardiovasculares, fortalecendo a musculatura e a coordenação, fomentando a autoconfiança, desenvolvendo a concentração, a coragem, o sentimento de independência e a comunicação, bem como a capacidade social” (ANJE, 2006). Desta forma a hipoterapia é especialmente recomendada no “tratamento de alterações e deficiências físicas, psicológicas e sociais, como: hiperactividade, situações de stress e traumas, lesões no sistema nervoso, défice de atenção e disciplina, dificuldades de aprendizagem nas áreas da leitura, matemática, compreensão e expressão, portadores de síndrome de Down, etc”. (Cunha, 2007).
Existem assim distintas modalidades de terapias com cavalos, como a hipoterapia, a terapia ocupacional ou a equitação adaptada que contribuem para o desenvolvimento físico e psicológico de crianças e adultos, pessoas com deficiência ou pessoas com diferentes necessidades que, desta forma, encontram no cavalo um factor coesão social entre grupos.
Referências:
- ANJE; Guia prático - Como criar um Centro Hípico; ANJE; Porto, 2006
- Cunha, S.; A equitação na escola; Escola Superior Agrária de Elvas, Elvas, 2007

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